domingo, 31 de maio de 2009

Qual o remédio?




Alta noite!
Sozinho
No meu leito,
Quando é bem funda
A triste solidão,
A fronte em brasa,
Ardendo a pele em fogo,
Em desespero,
Eu me contemplo, então.
Onde o remédio
Para tantas crises,
Onde o alívio
Para a febre louca.
Se distante
Dos teus reios quentes
E do escarlate
Dessa tua boca...

Adoniran Cruz

terça-feira, 26 de maio de 2009

Coração nosso...


Os sagrados alicerces
Construídos na pura amizade,
Não de desfazem com as sombras
E os choques da tempestade
São imortais! Sobrevivem
São eternos e profundos!
Punhos não há que os rebentem,
Nem golpes certeiros, fundos!
Oh! Minha saudosa querida,
Estás de mim tão distante,
Onde não podem meus olhos
Fitar-te o lindo semblante!
Um dia minha alma errante!
Há de abraçar-te bondade,
Oh! Minha eterna saudade!
Juntos, enfim, novamente,
Ainda por muitos anos!
Oh! Amor! Divino braço,
Quebrando os jugos tiranos.

Adoniran Cruz

domingo, 24 de maio de 2009

Saudade


Perfume que destila a flor em pétalas acordadas
Lagrima que ressumbra ao termo de um sorriso,
Reflexo do passado, escombros de alvorada,
Nesga que mal se vê do extinto paraíso.

Vaga lembrança de uma história ideal de fada
Que em vão tenta avivá-la o cérebro indeciso,
Longínquo ressoar de nota já vibrada,
Ametista da dor na cravação do riso.

Miragem singular das ilusões de outrora,
E do oásis do passado edênica miragem,
No deserto areal de angustia que devora.

SAUDADE – barco azul que no presente aporta,
Delineação fugaz de uma apagada imagem,
Alma evolada, enfim, de uma esperança morta...

Adoniran cruz

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Onde estás?


Onde estás? Não sabes que tu és a minha musa?
Onde estás? Não vês que tu fugindo deixas a minha vida confusa?
Onde estás? Por acaso ignoras que sou um adverso?
Onde estás? Aparece para colorir os meus modestos versos!
Onde estás? Pergunto a todos em um só grito!
Onde estás? Responde-me pois o meu grito é escutado por todo o infinito!

Onde estás? Que nem se quer vejo a tua penumbra!
Onde estás? Pois desejo a tua vida unida a minha em uma só sobra.
Onde estás? Responde-me urgente esta:
Onde estás? Ouve o apelo deste triste poeta!
Onde estás? Não respondes? Tens medo!...
Onde estás? Eu mesmo responderei!... Guardarei, para sempre este segredo.

Onde estás? Dá o teu lenitivo a este rosário de amarguras!
Onde estás? Não vez que a tua ausência me tortura?
Onde estás? Vem que a noite é sombra...
Onde estás? Não vens? Então, saberei resignar-me ofertando-te esta pálida poesia.


Adoniran Cruz

quarta-feira, 20 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009


Tu me pedes licença
E te retiras
No fogo intenso
Desta ansiedade,
E vais saindo,
Ouvindo quem te chama,
Vais atender esta necessidade,
Mas fazes mal,
Muito mal, minha querida,
Em abandonar-me
Nessa ocasião.
Não se interrompe
O fogo de um desejo
Quando flamejam
As lavas de um vulcão.

Adoniran Cruz

domingo, 17 de maio de 2009


Horas de amor,
De prazer,
E de ventura,
Horas brilhantes,
Onde o riso perdura,
Horas de amor,
Sois orvalho nitente,
Ai horas doces,
Vibrai, revivei!
Foi-me à ventura
Inclemente,
Quando por te palpitei
Quando contigo sonhei.
Ontem girassol das campinas,
Hoje açucena se cor, já perdida,
Triste Romeu que te amou tanto quis,
Queimando o incenso da vida
Do teu caminho feliz!

Adoniran Cruz

Mote:

Na barra do teu vestido
Navega meu coração.

(Autor desconhecido)