sábado, 18 de julho de 2009

Amanhecer


Um lençol rubro pelo além
Dos infinitos céus se desfralda,
Em tons purpúreos
E Deus, nesta hora,
Com olhar derrama
A taça da neblina
Na terrena espalda,
É o vinho da manhã
Que trás ao firmamento
A rosa matutina
Num jardim sangrento.
E um trocadilho
De luminosidades
Pelo céu se induz:
Vê-se a luz a se perder no espaço
Vê-se o espaço a se perder na luz
E numa pintura virgem a manhã traduz
Lâmpada celeste do sidéreo passo.

Adoniran Cruz

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